Lendo o mundo com as mãos – Dia Mundial do Braille é tema do Minuto Se Liga

“Se os meus olhos não me deixam obter informações sobre homens e eventos, sobre ideias e doutrinas, terei de encontrar uma outra forma.”
Diário de Louis Braille

Crédito: Ana Volpe/Agência Senado

Louis Braille foi o criador do código do sistema tátil de leitura, braille, que é utilizado como meio de comunicação para pessoas cegas e de baixa visão. O sistema foi adotado oficialmente em 1854 pelo Instituto Royal de Jovens Cegos de Paris.

No Brasil, o método braille foi introduzido por José Álvares de Azevedo, primeiro professor cego e idealizador da primeira escola para o ensino de cegos, instituição pioneira na educação especial da América Latina – Imperial Instituto dos Meninos Cegos (1854), atual Instituto Benjamim Constant ( IBC- RJ).

O funcionamento
O sistema consiste na representação tátil de símbolos alfabéticos e numéricos que possibilitam a escrita e leitura, através da combinação de 1 a 6 entre si. É lido da esquerda para direita, com uma ou duas mãos e tradicionalmente escrito em papel relevo. O sistema é universal e pode ser adaptado a diversos alfabetos. Além de livros e publicações especializadas, é possível encontrar informações do sistema braille em elevadores, museus, cardápios de restaurantes, entre outros.

Como os cegos têm acesso à literatura em braille?
A Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa, localizada na Praça da Liberdade, tem um setor dedicado ao braille, com um acervo de mais de três mil livros. Esse setor, que existe há mais de 50 anos, transcreve, produz novos livros e recebe doações, além de articular várias parcerias mantenedoras do acervo.

Fundamental para acessibilidade e inclusão das pessoas com deficiência visual, o braille é tema do interprograma “Minuto Se liga”, que convida à reflexão sobre a importância do braille a partir da experiência de uma jovem cega, moradora de Belo Horizonte. Membro da Associação de Cegos Louis Braille, na capital mineira, Cartiene Valguiane conta como o braille transformou a sua vida e facilitou a interação com o mundo. Ela fala da importância do contato com todo tipo de leitura e gêneros literários para sua imaginação. E, emocionada, mostra a sua intimidade com o sistema braille, lendo uma poesia de Rubem Alves.

* Texto produzido pela equipe do Se Liga na Educação

Deixe um comentário

Categorias