Grandes nomes do cinema mineiro são homenageados com a estreia de “Perfil”, nova categoria no streaming EMCplay

Espaço reúne a filmografia do cineasta João Borges, com obras que retratam personalidades como o músico Flávio Henrique e o astrônomo Bernardo Riedel

Filmes de João Borges

Cientista, cigano, artista e prostituta. São diversos os protagonistas capturados pelas lentes do cineasta João Borges. Na tela, ele mostra histórias fascinantes que conquistaram plateias e prêmios. As obras marcam o lançamento de “Perfil”, nova categoria da plataforma pública e gratuita de streaming EMCplay, a partir desta quinta (21). O espaço faz uma homenagem ao audiovisual mineiro reunindo filmografias que marcam a produção cinematográfica de Minas Gerais. “Rua Guaicurus”, “Adeus, Calon”, “Antes que o tempo defina o que sou” e “Kappa Crucis” são alguns dos 11 títulos que vão ser disponibilizados pela plataforma. De brinde, a EMCplay ainda oferece entrevista com o diretor João Borges em um podcast exclusivo, conduzido pelo jornalista Renato Silveira.

Rua Guaicurus” é uma das obras de destaque de João Borges, que estará disponível, gratuitamente, na EMCplay. A via de Belo Horizonte, conhecida pela prostituição, mas escondida por portas e janelas, é revelada no longa. Em um filme que mescla documentário e ficção, o misterioso mundo que sobrevive, há décadas, no centro da capital mineira, é mostrado ao público. São histórias reais apresentadas por atores profissionais, como Ariadina Paulino e Carlos Francisco, que protagonizou “Bacurau” e “Marte Um”, e amadores que já vivenciaram a experiência da comercialização do corpo. O filme rodou pelas salas de cinema, foi exibido em festivais nacionais e na Alemanha e ganhou os prêmios de melhor direção e atriz revelação no Satyricine Bijou, em São Paulo.

O universo cigano é retratado em quatro obras do diretor disponíveis no catálogo. “Adeus, Calon” mostra um acampamento cigano em Minas Gerais, onde as tradições resistem ao tempo. Entre cantorias e a arte da quiromancia, o filme mostra os moradores da comunidade e seus rituais. Já “O Casamento” apresenta a cerimônia de enlace dos noivos ciganos, marcada por uma festa que dura três dias. A luta pelos direitos e contra a marginalização do povo é apresentada em “Ativismo”. Já as memórias e histórias transmitidas oralmente, por gerações, são mostradas em “Tradições”.

O músico Flávio Henrique, que também foi presidente da Empresa Mineira de Comunicação (EMC), é lembrado em “Antes que o tempo defina o que sou”. O cantor, compositor e pianista faleceu de febre amarela, em 2018, e comoveu o Brasil. Ele foi homenageado com um espetáculo que reuniu artistas e amigos, no Palácio das Artes. João Borges acompanhou os ensaios e a preparação desse evento, navegou em materiais de arquivo e registrou a celebração da obra de Flávio. Todo esse trabalho é apresentado no filme.

Outra personalidade retratada pelo diretor é o astrônomo Bernardo Riedel. Borges mostra o cotidiano e a imensidão do universo do “Professor Pardal brasileiro”, uma lenda viva da astronomia brasileira. “Kappa Crucis” apresenta a obra do astrônomo, fabricante de telescópios e aposentado pela UFMG, e revela sua paixão pelos astros. O curta sobre o faturou o prêmio de melhor fotografia na Mostra SESC de Cinema e melhor filme do júri popular no Festival Internacional de Curtas de São Paulo. Agora, estará disponível para o público na plataforma de streaming.

Além desses títulos, a EMCplay ainda oferece “Cajaíba”, que conta a história de um lugarejo onde a população vive da construção artesanal de barcos; “Moto-perpétuo”, que mostra uma vila de Minas Gerais que é conhecida como “Cidade fantasma” e que, durantes três dias do ano, recebe milhares de pessoas que invadem o local para uma festa que celebra a fé. Tem, também, “Tigre”, filme que resgata a vida de Arnaldo “Tigre”, tio do cineasta.

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