Desemprego da juventude no Brasil é tema de série do Jornal Minas
Em três episódios a série fala sobre os desafios do desemprego no Brasil e possíveis soluções para esse problema que afeta população, empresas e governo
De um lado um mercado de trabalho que precisa de mão de obra qualificada. De outro, milhões de desempregados, principalmente jovens, que não conseguem um emprego. Essa realidade é tema da série “Jovens: Novos tempos, novos rumos“, do Jornal Minas. Em três episódios, a reportagem fez um diagnóstico dessa situação, indicando causas, consequências e possíveis soluções.
Alan, Hugo e Rafael são personagens do primeiro episódio que, por meio da sua própria história, contam sobre uma realidade de muitos outros jovens brasileiros. No Brasil, 36% dos jovens entre 18 e 24 anos não estudam e nem trabalham. A falta de perspectiva dos jovens e a sensação de abandono prejudicam tanto essa parte da população quanto o sistema de assistência social e o desenvolvimento econômico do País. A solução para esse problema passa pelas mãos do Estado e das empresas privadas.
“Eu não quero isso por muito tempo não. Quero arrumar um serviço melhor por que isso aí não é vida não. Aqui dá para tirar só mixaria. Eu quero receber um salário”.
Rafael Silva Oliveira, desempregado
O problema da evasão escolar é pior entre as classes mais pobres, na qual menos da metade dos jovens concluem o Ensino Médio. Os dados são do estudo do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) SESI.
- só 46% da camada social mais pobre conclui o Ensino Básico
- 6 em cada 10 brasileiros concluem o Ensino Médio até os 24 anos
- 500 mil jovens abandonam os estudos por ano no Brasil
A educação profissional já muda a realidade de muitos jovens no Brasil, como é mostrado no segundo episódio da série. Ela é uma opção para aqueles que buscam uma profissão logo após o Ensino Médio. Uma das iniciativas que levam a esse caminho é o Trilhas do Futuro, da Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais. O projeto ouve o setor produtivo para saber quais as principais demandas de mão de obra. A partir daí, são organizados cursos a serem oferecidos tanto para jovens quanto para adultos. Em 2023, foram 330 mil inscritos para 40 mil vagas no projeto.
Não há atalhos para se tornar um profissional bem sucedido e garantir qualidade de vida: a educação é o caminho da transformação também para quem já está no mercado de trabalho ou abandonou os estudos no passado. Uma das principais “rotas” para essa parcela da população é a Educação de Jovens e Adultos (EJA), uma modalidade de ensino voltada a pessoas de todas as idades que não tiveram acesso à educação em escolas convencionais.
A ex-diarista Iranilda Vilaça foi uma das que pegou essa estrada e se formou depois de 22 anos afastada das salas de aula. Ela concluiu os estudos no EJA e hoje é aluna do curso de Letras, da Universidade do Estado de Minas Gerais.
Mas a educação, de acordo com o especialistas, também deve estar atenta às mudanças na sociedade no setor produtivo e às disciplinas que estimulem as chamadas “soft skills“. O terceiro episódio fala, entre outros temas, sobre habilidades que ajudam na vida profissional como criatividade, pensamento crítico, trabalho em equipe e liderança.
“Tem jovens que, mesmo podendo pagar (a educação), não querem mais fazer uma universidade porque ela fica dissociada do que ele espera, que é um ambiente que ele possa se desenvolver, desenvolver seu empreendedorismo.”
Celso Niskier, Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior
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