Top 10 músicas para celebrar o Mês da Consciência Negra

Encerrando a programação especial do mês da Consciência Negra, o Alto-Falante convidou cinco artistas da cena alternativa mineira – Roger Deff, Dokttor Bhu, Jonathan Tadeu, Marco Túlio e Robert Frank – para montarem uma lista no canal do programa no Spotify, no esquema total Black Power. Um top 10 com as músicas e artistas nacionais e internacionais que os influenciaram e que abriram caminhos para muitas discussões sobre o racismo, igualdade e justiça para todos – dentro e fora do mundo pop.

Bom, é hora de conferir a lista, certo? Aumente o som e curta a trilha. Cada artista escolheu 2 músicas, confira abaixo as considerações dos nossos convidados especiais sobre algumas das músicas e artistas do Top 10, além de algumas “bonus tracks”.

Roger Deff ROGER DEFF (Roger Deff / Julgamento)
Roger escolheu Inner City Blues(Make Me Wanna Holler), de Marvin Gaye, e Quanto Vale o Show, dos Racionais MCs, outra que não está disponível no Spotify. Ao invés dela, entrou o godfather of soul James Brown com Say It Loud, I’m Black and I’m Proud.

 
Dokttor Bhu DOKTTOR BHU (Dokttor Bhu E Shabê)
Além de Sá Rainha, com Maurício Tizumba, e Tributo a Martin Luther King do Simonal, Dokttor Bhu ainda citou Zé do Caroço (Leci Brandão), Negro Lindo (Marku Ribas) e, na vanguarda, Emicida (Boa Esperança).

“Como se trata de uma data nacional priorizei a musica brasileira que, mesmo que não pareça, é o que mais escuto.”

 

Jonathan Tadeu JONATHAN TADEU (J. Tadeu / Geração Perdida)
Jonathan escolheu de cara uma do rapper Kendrick Lamar (The Blacker The Berry), que acabou sendo substituída – já nos descontos – por Boa Noite Amor do Jair Rodrigues. A outra escolha dele foi A Change is Gonna Come, de Sam Cooke.

“Pai do soul no Brasil, junto ao Tim Maia e Hyldon, Cassiano é gênio demais!”
“…tô na dúvida entre umas 500, mas acho que vou escolher uma do último disco do Kendrick, talvez, o disco mais corajoso e importante dessa década.”

 

Marco Túlio - Concreto MARCO TÚLIO (Concreto)
Marco Túlio Fidélis, guitarrista da banda Concreto, escolheu as do Jimi Hendrix (Star Spangled Banner) e Nina Simone (Ain’t Got No, I Got Life)

“O Jimi tocando o hino e fazendo o som dos bombardeios e dos aviões do Vietnam na guitarra foi um tapa na cara da sociedade. A maioria dos jovens negros estava na guerra. Antológico!”

 

Robert Frank ROBERT FRANK (Pelos / Pausa Para Tudo)
Robert mandou a mais antiga que figura neste Top 10, Trixie Smith (My Daddy Rocks Me) e ainda O Vale do Cassiano. Como essa última não estava disponível no Spotify, ele trocou por Padre Cícero, com o Tim Maia.

“Além da mesma representatividade de Cassiano, no sentido de serem percursores do soul no Brasil, Tim Maia levou isso ao mainstream, misturando elementos da cultura brasileira ao soul. Lenda total! Essa (Padre Cícero) é do primeiro disco dele, de 70. Ahh, e Cassiano é autor dessa. Mas ele nunca a gravou.”

Sobre a Trixie Smith: “Provavelmente a primeira vez que foram usadas as palavras Rock e Roll em uma música e uma das possíveis origens do termo, que faz alusão ao ato sexual. Década de 30, uma mulher negra cantando que ‘my daddy rocks me with a steady roll’ foi um choque. É quase uma Tati Quebra Barraco do blues.”

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