Programa Harmonia: uma década de música de concerto no ar

Harmonia 10 anosHarmonia 10 anosHarmonia 10 anos

Em setembro de 2005, ia ao ar pela primeira vez o Harmonia. Os dez anos de programação dedicada à democratização da música de concerto são um grande motivo para celebrar. Gerusa Coelho, diretora do programa, faz parte da equipe desde a sua criação e conta um pouco do surgimento, dos desafios e dos momentos marcantes do programa.

Como foi a recepção por parte do meio musical quando soube da criação do programa?

A cena musical em Belo Horizonte sempre foi muito forte. Minas é um estado com grande tradição musical que vem desde os tempos do Brasil Colônia. Então, quando o Harmonia estreou na Rede Minas, em setembro de 2005, foi com muita alegria que ele foi recebido por parte do meio. O programa foi criado com o objetivo de democratizar a música de concerto, desmistificá-la, torná-la mais acessível. Então, abrir um espaço para que músicos pudessem mostrar seu trabalho e levar para a casa do telespectador um pouco desse universo foi, de fato, uma iniciativa muito bem vinda.

Qual é o grande desafio de fazer o Harmonia?

Acredito que o nosso principal desafio é a busca constante por uma linguagem leve. Falar de música, de som, por meio de imagens. O tempo todo temos que nos policiar para evitar termos técnicos, mas, ao mesmo tempo, é necessário fazer uso de categorias próprias do meio musical. É importante aprofundar na temática, mas sem tornar a coisa muito pesada ou inacessível para quem é leigo no assunto. Achar esse ponto de equilibro na linguagem é o nosso principal desafio.

Quais foram os momentos mais marcantes da história do programa?

Ao longo desses dez anos de história, foram muitos momentos marcantes. É difícil escolher o mais importante. Mas eu poderia citar alguns fatos que com certeza demonstram o importante papel que o Harmonia tem cumprido na divulgação da cena erudita e na democratização da música de concerto. Pelo programa já passaram os principais grupos do país, como a OFMG, a OSMG, a Orquestra Sinfônica de Heliópolis, a OSES, a Camerata Curitiba, a Orquestra Ouro Preto, a Orquestra Barroca do Festival de Juiz de Fora, apenas para citar alguns. Também já participaram da programação nomes como Nelson Freire, Arnaldo Cohen, Cristian Budu, Isaac Karabtchevsky, Roberto Minczuk, Sílvio Viegas, Sônia Rubinsky, uma lista enorme de músicos e instrumentistas internacionais. Nós nos tornamos parceiros das principais instituições musicais do estado, como a Fundação de Educação Artística, a Fundação Clóvis Salgado, as Escolas de Música da UFMG e da UEMG. Nós percorremos várias cidades do interior de Minas, mostrando projetos como a Escola de Música de São Brás do Suaçuí, a Casa de Música de Ouro Branco, o Festival Artes Vertentes, o Festival de Música Colonial Brasileira e Música Antiga de Juiz de Fora, os festivais de inverno. O programa, cada vez mais, tem se aberto para a produção contemporânea também. Por isso, citar um momento marcante seria difícil, mas, com certeza, o Harmonia esteve presente nos vários momentos marcantes da cena erudita em Minas Gerais nos últimos dez anos e pudemos acompanhar o crescimento desse cenário com muito orgulho e com um prazer enorme em fazer parte disso.

Agora que o programa completou dez anos, quais são os planos para o futuro?

O Harmonia cumpriu e vem cumprindo a missão de levar música de concerto para a casa das pessoas. Agora com o programa efetivamente consolidado para o público e também no meio musical, nós queremos nos permitir experimentar novas linguagens, até mesmo em função das mudanças que a comunicação tem passado nos últimos tempos e cada vez mais, com as novas tecnologias, as possibilidades da TV digital, das redes sociais. Então, com certeza, a ideia agora é experimentar e fazer com que o Harmonia se torne cada vez mais presente na vida das pessoas.

Para fechar, vocês preparam algo especial para comemorar a data?

Sim, no próximo domingo, 20/09, às 12h30, vamos exibir um especial comemorativo de dez anos. Será um bate papo entre Fernanda Ribeiro, atual apresentadora, Luciano Alkmim, primeiro diretor do programa, e eu. Vamos conversar sobre o Harmonia e relembrar os grandes momentos.

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