O legado de Burle Marx em Belo Horizonte

Há 110 anos, em 04 de agosto de 1909, nascia em São Paulo um dos maiores paisagistas brasileiros: Roberto Burle Marx. O artista, que se apaixonou pela flora brasileira ao ver nossas plantas em jardins alemães, deixou grande parte do seu legado nas paisagens de Belo Horizonte.

Burle Marx faleceu há 25 anos e é um dos grandes nomes do Brasil que ganhou a atenção do mundo. Neste ano, o paisagista, artista plástico e pintor teve alguns de seus trabalhos expostos nos Estados Unidos. Muitas de suas obras estão a céu aberto, em espaços públicos no país.

Em homenagem ao artista, o Jornal Minas exibiu esta semana duas reportagens especiais sobre o seu legado na capital mineira. O jornalista Paolo Xavier percorreu Belo Horizonte e mostrou os desenhos feitos com as plantas nativas brasileiras que estão espalhados pela cidade. A paisagista Laura Mourão, que foi estagiária de Burle Marx, ainda conta sobre o trabalho e curiosidades do artista.

Jardins históricos são obras de arte vivas.
Janaína França, gerente do Conjunto Moderno da Pampulha

Burle Marx usava a natureza para extravasar sua criatividade e estabelecer harmonia com a arquitetura local. Sua regra de ouro era utilizar plantas brasileiras, da Amazônia até os Pampas. O artista multidisciplinar fez longas expedições pelo país para estudar as diversas espécies que poderiam compor seus jardins modernos. Em Belo Horizonte, seu nome teve peso para que o Conjunto Moderno da Pampulha recebesse em 2016 o título de Patrimônio Cultural da Humanidade. Ainda na capital mineira, Burle Marx também deixou sua marca em um dos maiores parques urbanos da América Latina: o Parque das Mangabeiras.

Burle Marx - flora brasileira

A valorização do equilíbrio entre a natureza e o cenário urbano estava presente não apenas nos trabalhos de Burle Marx, mas em seus discursos. Em 1987, o arquiteto paisagista compartilhou com o Jornal Minas um pouco da sua visão sobre o crescimento das cidades e a necessidade do aumento de parques no Brasil. Um trecho dessa histórica entrevista foi resgatado e disponibilizado no Rede Minas Memória.

A preservação do legado de Roberto Burle Marx em Belo Horizonte exige atenção constante: os históricos jardins do paisagista, que sofreram ao longo dos anos com modificações e manutenções inadequadas, recuperam-se com a ajuda do Jardim Botânico de BH. Neste processo de restauração dos jardins, projetos da década de 1940 foram resgatados e um viveiro foi criado apenas para cuidar das espécies de plantas presentes nos jardins de Burle Marx na capital mineira.

Esses jardins históricos são protegidos por cartas patrimoniais. Essas cartas de proteção aos sítios históricos exigem que esses jardins sejam documentados, inventariados e feita uma extensa pesquisa iconográfica.”
Laura Mourão, paisagista.

Plantas - jardim Burle Marx

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