Faixa de Cinema exibe curtas que resgatam a memória, anseios e sonhos da negritude feminina

Créditos: Gustavo Barske / Ana Clara Martins / Beatriz Lima / Victória Nasck

O “Dia da mulher negra, latina e caribenha” é celebrado, no próximo domingo (25), com o objetivo de dar visibilidade à luta das mulheres negras contra a opressão de gênero, a exploração e o racismo. Para reforçar a importância da data, a Faixa de Cinema exibe, nesta sexta (23), às 23h, produções audiovisuais que resgatam a representação da negritude feminina e ressaltam a força da mulher negra. O programa a traz quatro filmes dirigidos por jovens negras do universo cinematográfico. São eles “A mulher que eu era”, de Karen Suzane; “Cor de pele”, de Larissa Barbosa; “A mulher no fim do mundo”, de Ana do Carmo; e “O sonho puído”, de Deisiane Barbosa.

Dirigido por Karen Suzane, “A mulher que eu era” narra a relação da personagem Cacau, uma mulher negra, que é casada com um homem branco. Em sua rotina, ela depara-se com as lembranças que conflitam com alguns momentos passados de opressão em sua vida. A obra girou por grandes festivais e conquistou premiações de Melhor Curta Mineiro, do “Mosca”, e Melhor Filme Mineiro, do “Festival Interseções”. Também, na noite desta sexta, o filme “Cor de Pele”, da cineasta mineira Larissa Barbosa. O curta experimental questiona as inúmeras opressões sofridas por mulheres negras no país. Em forma de poesia, ressaltam em versos libertadores a potência e a força dessas mulheres para enfrentar, de peito aberto, a sociedade. O filme também conquistou dois prêmios no “3 Margens – Festival Latino-Americano de Cinema”.

Já “A mulher no fim do mundo”, de Ana do Carmo, foi inspirado no álbum homônimo da cantora Elza Soares e consagrado com nove prêmios nacionais e internacionais, conquistando cinco deles no “Brazil International Monthly Independent Film Festival”. O filme aborda a solidão de mulheres negras, processos de silenciamento e a resiliência para continuar. As personagens são duas mulheres negras, Benedita e a garota Lua, que viram o mundo sucumbir e são as únicas sobreviventes. Enquanto Lua quer descobrir o que restou do planeta, Benedita, com medo, tenta proteger a menina. Encerrando a sessão, “O sonho puído”, de Deisiane Barbosa, traz a performance de um poema que busca a cura para resistir e realizar os sonhos das mulheres abraçadas pelo mar. A obra conta com a participação do grupo “Marias da Ladeira”, organização feminina voltada para a preservação ambiental da Bahia.

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